sábado, 8 de junho de 2013

Os Encantos do Meu Sertão

Gracinha de Souza

Quem passa pela AL 220, nas proximidades da cidade de São José da Tapera, fica maravilhado com o verde que cerca a terra dos Marcianos.


O lugar que antes tinha a terra rachada, sem água e sem pasto, uma folhagem de capim do mato, dentre outras vegetações , agora pertence ao verde bandeira, que hoje predomina em toda região. Certamente as orações à São Pedro foram atendidas, embora tardiamente, o que provavelmente não dará tempo para comer o tradicional milho na festa da fogueira.


Palma, milho, feijão ainda são raridades, porém, mesmo desacreditados com as possibilidades de chuvas, os sertanejos realizam as colheitas nem que seja para o seu consumo, pois a safra do milho e feijão já não movimenta a economia da região como na década de 80.


A fé que move o sertanejo a ser uma gente guerreira, em acreditar em dias melhores, leva também para o campo, seja sob sol ou chuva. O nublado de cada amanhecer desta época é a esperança de chuvas para molhar a terra, ora seca, ora rachada. Essa benção dos céus devolve os encantos do meu sertão à supracitada esperança, seja de dias melhores, seja de água para dar de beber ao gado que é o protagonista desta gente sofrida que não pede muita coisa, apenas água. Um “copo” de água para quem tem sede. Sede de inclusão social, de seus direitos respeitados pelos governantes que usam o quadro da seca para barganhar dinheiro público e nada fazem.


Que devolvam a dignidade do sertanejo. Que devolvam o cultivo do algodão. Plantação forte que fazia do agricultor um ser independe, justamente na época em que as suas terras não vingavam o plantio da palma para dar de comer ao seu rebanho. Certamente essa independência nos tempos sem chuva desencabrestou a nossa gente de políticos descompromissados ao ponto de banir o plantio da semente, causando a miserabilidade no contexto social da seca.


Quantos estudiosos existem em nosso país e nenhum fora capaz de descobrir o remédio para combater a praga do algodão? Até os tempos de hoje, o sertanejo não utiliza a semente do mesmo para engordar o seu rebanho o que outrora sempre fizera de forma satisfatória.


Quem perderia? As indústrias de ração? Os governantes por verem a nossa gente plantando, vendendo e dando de comer ao seu gado sem precisar de suas migalhas?


Brasil! Um país rico é um país sem pobreza. Concordo Exlmª Srª Presidenta da República, Dilma Rousseff, mas, enquanto não houver um interesse socio-econômico por parte do governo, em relação aos problemas do Nordeste, o Brasil sempre terá uma porção territorial que será pobre, subdesenvolvida. Afinal, o governo deveria focar o desenvolvimento do país como um todo, incluindo, principalmente, àquelas regiões onde há a dificuldade de desenvolvimento próprio, seja por causa da terra, do clima, ou de seus gestores corruptos que por sua vez, usam inclusive, os próprios programas do governo Federal (que são destinados aos nordestinos) para sustentar o seu rebando com o mais alto luxo. Enquanto isso, o quadro da seca permanece no mesmo, ao Deus dará.






Fotos: Aqui!

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