quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Inédito: Juri Popular condena marido que matou a esposa com tres tiros a queima-roupa.

Nessa ultima quinta-feira (24),  a Câmara Municipal de Vereadores de São José da Tapera ficou lotada de cidadãos para acompanhar o julgamento de Anselmo Abreu na primeira audiência Publica realizada pelo Juiz  Orlando Rocha e o Promotor de Justiça Marcos Mousinho.
























O julgamento do Anselmo Abreu, acusado de matar a sua esposa Rosileide em 1998 com três tiros a queima-roupa, porque a mesma o traia com outros homens, segundo o réu, foi um tanto quanto demorado.  O Promotor de Justiça Marcos Mousinho fez questão de ler e mostrar ao Júri Popular todas as provas técnicas que apontam que o Anselmo matou a sua esposa em um crime intencional e não acidental em uma luta corporal com a vitima como o acusado alegava perante o Juri em depoimento.


Em depoimento,  o réu Anselmo entrou em contradição quando disse que a Rosileide costumava colocar remédios para dopa-lo. E que no dia do acontecido, ela chegou as 03:h30 da madrugada bêbada e exaltada. Diante do estado de embriagues dela,  eles começaram a discutir, foi então que ela pegou a bolsa tirou a arma para mata-lo, e em uma luta corporal, na tentativa de se defender, os disparos foram feitos acidentalmente. Sendo que, nos autos do processo não constava a sua nova versão. Em várias contraditarias relacionadas aos seus depoimentos na Policia Civil e ao juiz quando mais uma vez foi interrogado pelo promotor na audiência publica.
A versão para a audiência pública, o réu alegava ao Juiz e ao Juri Popular que a arma disparou três vezes acidentalmente,portanto, entre outros detalhes afirmou que não lembrava de determinados fatos porque havia muito tempo do ocorrido. O júri compostos por quatro homens e três mulheres ficaram atentos aos detalhes apresentados pelas partes.
































"Eu sou professor de direito e dou aula em  faculdade de Maceió. Falei para os meus alunos que viria a São José da Tapera para participar de um Júri Popular onde o marido matou a sua esposa porque ela o traia.  Sabe o que foi que os meus alunos me falaram? Professor, não vá, você estará perdendo o seu tempo, o povo do sertão não condena homem traído, eles não fazem justiça! Mas, eu tenho certeza que eu voltarei para a mesma sala de aula e direi que o povo de São José da Tapera fez justiça, que o Júri condenou o réu enchendo de orgulho o sertanejo porque esse julgamento será espalhado e todos saberão do veredito," explanou o promotor. "Por que a sociedade os absorvem? Porque o machismo impera, porque o homem pode trair quantas vezes for necessário para satisfaze-lo, a mulher não. Vocês falaria para a sua filha que ela pode sair para as festas transar, me desculpe a palavra, com todos ou quantos ela quiser? NÃO! Quando o homem faz, logo vira motivo de orgulho e o pai é o primeiro a dizer, esse é meu filho, ele é um pegador. A mulher quando ainda menina, ao sentar de pernas abertas, logo o pai manda fechar, se a roupa tá curta, manda tirar. A mulher é reprimida desde sempre e as suas partes intimas são tidas como a sua única honra, sinônimo de mulher direita, de família. O homem quando mostra logo o pai vai lá e brinca com as partes intimas e se orgulha. "

E se esse crime fosse com uma filha de vocês? Vocês decretariam a sua pena de morte mandando o marido dela mata-la ou dizia, separe-se? Quem ama não mata, mata quem tem do parceiro um objeto de posse. Existem vários crimes que se prescreveram aqui na comarca de São José da Tapera devido o tempo para o seu julgamento e vocês podem me perguntar, mas, Sr promotor, faz tanto tempo que o crime aconteceu, fazem mais de doze anos, o Anselmo já constituiu uma nova família com sua nova esposa e por que eu devo condena-lo só agora? E a vítima ? Ela não teve chance de também começar uma nova vida como o Sr Anselmo teve porque ele a matou. O que eu vou dizer para a sua família ? Por isso, que hoje vocês devem fazer justiça e condenar o réu. Os autos estão claro, eu estou falando com essa intensidade não é para ser hoje um ganhador, a minha época de se sentir entusiasmado em cada vitoria, de só querer ganhar já passou, estou me baseando apenas nos autos, os autos são claros, todas as provas técnicas apontam que o Sr Anselmo fez os disparos a queima-roupa sem legitima defesa. Quanto aos disparos nas mãos é porque houve uma tentativa de defesa colocando as mão no rosto quando a vitima estava acordando. Por que as mulheres suicidas atiram em seu coração e não na cabela como os homens? Porque ela não quer manchar a sua beleza, a sua face, elas atiram no coração. Por isso, que colocar as mãos para defender o rosto foi um ato natural da vitima. Foram feitos três disparos pelo réu, dois nas mãos que arrancou os dedos e o ultimo na cabeça que varou do outro lado. " Disse o promotor em parte de seu discurso.

























O advogado do réu tentou convencer o Juri que o seu cliente não tinha feito os disparado intencionalmente e sim, acidentalmente, não obteve sucesso.  De acordo com o promotor Mousinho, o Juri Popular condenou o réu pela primeira vez na historia de São José da Tapera, pois todos os crimes onde o juri era popular, os réus eram absolvidos com ou não a presença do advogado. Ele disse ainda que o advogado do Anselmo teria visitado as casas de cada juri na intensão de favorecer o seu cliente.

A sentença do juiz foi de oito anos de prisão em regime semi-aberto, ou seja, pelo dia o réu ( que foi qualificado em homicidio simples), poderá trabalhar normalmente e se recolher todas as noites.



A pergunta que não quer calar...

Se os disparos foram feitos acidentalmente como alegava o reu, por que após o ocorrido a vitima não foi socorrida pelo mesmo?



by
(-:Gracinha de Souza:-)

2 comentários:

aleckse disse...

Como a vida é interessante e mutante, lembro-me como se hoje qdo esse rapaz, vinha visitar parentes na Tapera, seu pai com um belo carro, um opala, todos nós garotos ficávamos posso até dizer com inveja,pois vestia belas roupas,bons sapatos e belos brinquedos, agora o que foi a vida desse rapaz e o que ele está passando agora, creio que a pena não é justa pelo seu crime, mas DEUS sabe o que faz.

Gracinha de Souza disse...

Pois é Aleckse, as vezes temos "TUDO" que o dinheiro pode comprar, entretanto, falta o principal... AMOR, CARINHO E ATENÇÃO desde criança.


(-:Gracinha de Souza:-)