sexta-feira, 15 de março de 2013

Canal do Sertão: A indústria dos tempos contemporâneos

InternetDepois de tanto sofrer com a seca, a concretização de um dos maiores sonhos do sertanejo alagoano: ver a água cortando o Sertão. Na obra do Canal do Sertão, que foi inaugurada com a presença da presidenta Dilma Rousseff , corredores de Boi no Mato tocaram seus berrantes para cantar o sofrimento de nossa gente. Cavalgando no lombo de seus animais, que de tão magro mal suportavam os seus pesos, o sertanejo seguia a tradição de nunca se curvar diante das dificuldades da seca.  Orações a São José pelas chuvas de março era a única certeza que o confortava, pois mesmo esta certeza não se tornando realidade, a sua fé pelas chuvas implorada o tornava firme em sua caminhada.
Sorridentes e felizes acompanharam os 65 quilômetros concluídos até agora que levará a água do Rio São Francisco para ações de combate à seca em diversos municípios do nosso estado. Para isso, foram gastos mais de R$ 1 bilhão. Mas, os investimentos vão á R$ 3 bilhões no final da obra.
O que é mais intrigante são os aparatos de políticos alagoanos querendo ser o "pai da criança". Senadores, deputados, prefeitos, vereadores e o governador do estado, terão na ponta da língua, um discurso formado para mais uma vez tentar ludibriar o sertanejo e, em nome da seca, barganhar votos pela “caatinga adentro”.
Se não bastassem os anos que teve que sofrer com as promessas por água, o sertanejo provavelmente ficará acabrestados a um sistema político que ligue a sua necessidade ao sonho de ter o líquido precioso em suas terrinhas rachadas pela seca. 
Nos dias vigentes, os cabos eleitorais controlarão e usarão esta água em nome deles (políticos) para mais uma vez vitimar esta gente sofrida que vem na ilusão de sua independência por água desde a década de 70 (considerada a maior seca da história do Brasil). E isso, é só uma questão de tempo.

Fotos: AQUI!

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