sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cirurgias estéticas Íntima.

Cirurgias íntimas com finalidade estética geram controvérsia entre os médicos .

Pouca gente se espanta ao saber que uma atriz famosa injeta toxina na testa a cada seis meses, ou que a vizinha turbinou os seios e deslocou a gordura da barriga para o bumbum. Mas quando se fala em preencher os lábios vaginais ou reconstituir o hímen para realizar uma nova lua-de-mel com o marido, nem todo mundo reage com naturalidade.

Nem mesmo os médicos, que estão acostumados a lidar com todo tipo de queixa. Cirurgiões plásticos, ginecologistas e especialistas em sexualidade consultados pelo UOL Ciência e Saúde concordam em um ponto, quando a mulher tem um problema funcional, como a perda da elasticidade da vagina que pode ocorrer após sucessivos partos naturais, o procedimento cirúrgico é realizado sem maiores questionamentos.

À medida que procedimentos como a lipoaspiração tornam-se mais comuns, mulheres ganham coragem para modificar partes mais íntimas do corpo. Já se a mulher procurar o cirurgião apenas por uma questão estética, provavelmente vai se deparar com opiniões diferentes. Alguns médicos acreditam que é legítimo querer reduzir os grandes ou pequenos lábios vaginais porque o volume gera desconforto durante a penetração ou a atividade física. Mas esculpir ou clarear a genitália só para ficar igual à última estrela da Playboy não faz sentido para muitos especialistas, ainda que a paciente insista que a mudança vai beneficiar sua vida sexual."É preciso deixar claro para a paciente que, assim como acontece com seios e narizes, vulvas e vaginas têm uma variedade imensa de tamanhos, formatos e cores", afirma o ginecologista Michael Goodman, que diz realizar cerca de três cirurgias íntimas por mês em seu consultório na Califórnia. "Se depois de receber aconselhamento, às vezes até psicológico, ela continuar querendo, a decisão é dela, não é mais minha", opina Goodman. O médico está coordenando uma das primeiras grandes pesquisas sobre esse tipo de procedimento nos EUA, que deve ser concluída no fim deste ano. O objetivo é avaliar não apenas as técnicas empregadas e possíveis complicações, mas o quanto elas beneficiam a auto-estima e a vida sexual das mulheres. Assim como no Brasil, faltam estatísticas sobre cirurgias íntimas na literatura internacional. Ele conta que há basicamente três perfis de pacientes interessadas nesse tipo de procedimento. O primeiro é de mulheres jovens, com cerca de 18 anos, que têm vergonha do volume exibido ao colocar uma roupa mais justa. "Elas observam as modelos nas revistas, ou as colegas na piscina, e ficam constrangidas", diz. As cirurgias mais comuns, nesse caso, são a labioplastia e a lipoaspiração no púbis, ou "monte de Vênus" (esta última é procurada inclusive por homens, já que o acúmulo de gordura nessa região pode deixar o pênis um pouco escondido). A estudante de pedagogia Elizabete, de 22 anos, faz parte desse grupo. Há três meses, ela submeteu-se à redução dos grandes lábios, por achar que eram maiores que a média. "Tinha vergonha de colocar o biquíni, aquela saliência me incomodava muito", relata. Ela diz que o incômodo da cirurgia dura apenas uma semana e que foi preciso ficar 45 dias sem relações sexuais, "mas valeu muito a pena". Outra parcela de pacientes, de acordo com Goodman, é composta por aquelas mulheres que passaram por um ou mais partos naturais e querem corrigir os músculos do períneo ou estreitar o canal vaginal. E o terceiro grupo é de pacientes mais maduras que se queixam da flacidez dos lábios vaginais ou também da perda de elasticidade na vagina provocadas pelo tempo. Para ele, é hipocrisia criticar a cirurgia íntima para fins estéticos numa época em que colocar silicone nos seios virou rotina nas clínicas. Mas é preciso ser cauteloso. "O médico deve gastar seu tempo com a paciente para entender o que está por trás da vontade de operar, antes de decidir se vai ou não realizar o procedimento", pontua.





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(-:Gracinha de Souza:-)

Um comentário:

Anônimo disse...

As vitimas dos implantes de silicone de mama das marcas francesa Poly Implant Prothese (PIP) e holandesa Rofil podem e devem buscar na Justiça o ressarcimento e até a indenização pelos problemas sofridos.

O advogado Dr. Anderson Macohin do escritório Macohin Advogados Associados [ www.advogadosantacatarina.com.br ], informou que já obteve vitória na justiça de uma vítima que implantou o silicone e ficou sabendo da notícia que o mesmo teria sido adulterado em sua fabricação, alegou também que todas as pessoas que tiveram esse problema devem acionar a fabricante, a importadora e até mesmo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Código de Defesa do Consumidor determina que a responsabilidade pela infração é solidária, ou seja, é compartilhada pelos participantes na prestação do serviço.

Na opinião da advogada Dra. Samara Testoni Destro, o direito vale ainda para as mulheres com próteses das duas marcas sem sinais de ruptura. “é o entendimento que mesmo aquelas pessoas que não tiveram problema e estão inseguras podem ingressar com a ação, pois conviver sabendo que uma hora ou outra pode dar problema é um abalo moral insuportável”. O pedido de ressarcimento, segundo a advogada, independe do motivo da cirurgia inicial - indicação médica ou finalidade estética.

No processo defendido, obtiveram vitória para que os réus além de cobrir a remoção e troca da prótese rompida, devem ser obrigados a arcar com o custo de uma retirada preventiva, além do dano moral pedido no valor de duzentos mil reais.

A francesa PIP e a holandesa Rofil são acusadas de terem usado silicone industrial, não indicado para próteses de mama. As autoridades da França aconselharam as mulheres do país a retirar os implantes por precaução há tempo, já a Anvisa, somente agora no final de 2011 resolveu proibir a comercialização desses produtos no Brasil.