sexta-feira, 27 de maio de 2011

Será que sua fome é emocional ou fisiológica?

Especialistas revelam quando o apetite passa a ser reflexo de carência afetiva


Thinkstock

Muitas vezes bisbilhotamos a geladeira ou a despensa caçando alguma guloseima mesmo sem muita fome. Este anseio, quase que involuntário, na verdade, pode não ser para preencher o estômago, e sim para completar algo que está faltando em nossas vidas.

Pelo menos é o que afirma a autora norte-americana Geneen Roth em seu novo livro Liberte-se da fome emocional. Não é a primeira vez que Geneen fala sobre a relação do ser humano com a forma como se alimenta. A veterana tem em seu currículo seis livros, mas este aborda especialmente o lado emocional da nossa vontade de comer.

De acordo com a autora, certas pessoas são reféns dos alimentos e buscam, por meio deles, alguma forma de lidar com determinados quadros emocionais - como medo, tensão, alegria e angústia - que não conseguem enfrentar.

- Na maioria das vezes, alimentamos nosso corpo sem consultá-lo, comemos em resposta à mente. Tais sensações, como de angústia, podem ser amenizados com alimentos que simbolizam, para o indivíduo, algum tipo de prazer, conforto ou recompensa. Uma espécie de mimo que a pessoa oferece a si mesma para compensar os sentimentos desagradáveis.

Geraldo Santana, endocrinologista e coordenador do Instituto de Endocrinologia de Minas Gerais, concorda com a autora e afirma que alimentos ingeridos para suprir uma carência são representações simbólicas relacionadas a situações memoráveis, consideradas boas.

- Gostamos de ingerir alimentos que nos remetem a momentos felizes, como a comida preferida na infância, sobretudo aquela preparada pela mãe; bebidas e guloseimas servidas em festas e outros momentos alegres da família; quitandas que eram saboreadas em companhia agradável ou mesmo comidas sofisticadas associadas a momentos especiais e de glamour.

Não há problemas em abusar das guloseimas uma vez ou outra, afinal, o paladar é uma forma saudável de encontrar prazer. Mas, quando a fome passa a ser a principal fonte de recompensa do indivíduo, aí ela se torna um problema, uma espécie de vício.

Além de servir como alerta para uma possível patologia emocional, essa atitude é, também, uma das principais sabotadoras da sua dieta.


- Alguns pacientes engordam apenas por um desajuste no gerenciamento da fome emocional. Por isso, é recomendável que ele tenha acompanhamento psicológico quando estão de regime.

Mas, como saber quando a fome é ou não emocional?

Para a autora, o primeiro passo para perceber se sua fome é reflexo de sua carência é anotar tudo o que se comeu ao longo do dia e avaliar se você estava ou não com apetite antes de degustar os alimentos.

- Também é importante prestar atenção às sensações corporais que você reconhece como fome. O que acontece quando você percebe que está faminto? Quer comer imediatamente?

Então, fique atento, pois quando estamos com fome fisiológica ela não aparece repentinamente e, sim, aos poucos, geralmente depois de três horas. Às vezes, até um copo de água consegue “enganar” o apetite, o que não é possível com a ansiedade.

Outra dica é dar uma nota, de zero a 10, para sua fome. Esse tipo de avaliação vai lhe fornecer critérios para comparar a sensação anterior com a atual e, assim, poderá impedi-la.

Além disso, Santana afirma que, quando a fome é emocional, não é qualquer alimento que eliminará o desejo de comer, apenas uma coisa específica, como um bolo de chocolate.

Percebe-se aí um alerta para a necessidade sentimental, que dificilmente é saciada, resultando no descontrole na hora de comer e, consequentemente, no arrependimento.

- Quando estamos com fome fisiológica, comemos qualquer coisa para tentar supri-la, não temos desejos específicos.

Do ponto de vista prático, quando você estiver diante de uma fome emocional, deve lembrar-se de que vai ingerir calorias extras, as quais não foram solicitadas pelo seu corpo e que, provavelmente, não trará saciedade. Em uma situação assim, as dicas de Santana são:

- Encontre outras formas de prazer além da comida. Assistir a um bom filme, ler um livro interessante, ouvir músicas, caminhar ao ar livre, conversar ao telefone, praticar um hobby, brincar com seu bichinho de estimação. Use sua criatividade e, em pouco tempo, você terá sua própria lista de alternativas para os momentos de fome emocional.

Uma abordagem importante é recorrer a técnicas de autoconhecimento como a psicoterapia, além de recursos que amenizam a ansiedade e a depressão.

- Isso pode ser de grande utilidade, no sentido de identificar e corrigir as crenças erradas sobre os alimentos.


Fonte - site R7




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(-:Gracinha de souza:-)

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