terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ator da Rede Globo lança filme nacional em Maceió

O alagoano Erom Cordeiro está na capital apresentando 'O Palhaço'.

Confira!

Erom Cordeiro

O ator global Erom Cordeiro está de volta a Maceió, desta vez para divulgar o filme nacional “O Palhaço”, cujo lançamento será nesta segunda-feira, 31, às 19 horas, no Centro Cultural Sesi Pajuçara. O ator alagoano integra o elenco do filme, que é dirigido e protagonizado pelo ator Selton Mello.

Em entrevista à Rádio Gazeta AM, Erom Cordeiro, destacou a alegria de voltar ao seu Estado para divulgar mais um trabalho de sucesso. No ano passado, o ator veio a Maceió acompanhado da atriz Débora Seco com quem dividia o palco na peça "Mais uma Vez Amor". "Foi bom pisar no palco do teatro Gustavo Leite, mostrando o meu trabalho para o público da minha terra natal, depois de tanto tempo fora. Agora é um prazer divulgar meu novo trabalho, que já é considerada a melhor estreia nacional", disse Cordeiro.

Ele conta que “O Palhaço” é a história de Benjamin (Selton Mello) e seu pai Valdemar (Paulo José), os palhaços Pangaré e Puro Sangue, que vivem na companhia da trupe do Circo Esperança. A história se desenvolve a partir de um drama pessoal vivido por Benjamim, que acredita não ter mais graça. A crise de identidade da personagem e sua busca incansável por motivação e realização de sonhos é o combustível que move o filme.

Erom explica que seu personagem é o trapezista Robson Félix, nordestino que pinta o cabelo para fingir ser um artista internacional. Além do talentoso ator, Selton Mello conseguiu reunir no elenco algumas figuras conhecidas dos brasileiros a exemplo do cantor e ator Moacir Franco, Zé Bonitinho e até o Ferrugem. “Vale apena conferir o filme. Quero convidar o público alagoano a se emocionar com essa comédia maravilhosa”, disse Erom.

O filme "O Palhaço" será um dos filmes exibidos durante a Mostra de Cinema Brasileiro do Sine Sesi.

Erom Cordeiro

Em entrevista à revista MenSCH, o ator fala um pouco seus personagens polêmicos em novelas, sua tragetória profissional e suas lembranças de infância em Maceió.

Você estreou no teatro em 1993 e passou quase 10 anos para estrear na TV. Isso foi uma preferência por atuar no teatro ou uma questão de oportunidades?

Quando eu comecei a fazer teatro foi em Maceió, era um curso técnico da universidade. Aí eu comecei a ver aquilo e aí à primeira vez que pisei no palco eu falei: é isso que eu quero mesmo. Aí eu comecei a devorar a biblioteca da faculdade, comecei a ler muito dramaturgia mesmo. E resolvi que era aquilo mesmo que eu queria fazer. Daí fui pro Rio de Janeiro, fiz vestibular passei e fui pra lá de vez. A minha intenção mesmo era me instrumentalizar, quero pisar firmemente no terreno que to pisando. Então a minha idéia realmente inicial era fazer teatro, teatro, teatro. Por acaso, eu fui pro Rio em 95 e em 97 eu fui fazer uma primeira mostragem para Rede Globo, pra eles terem lá no arquivo deles. Eles me chamaram para fazer um teste para oficina de atores. Aí pensei: ok, vamos lá fazer.

Você chegou a fazer a Malhação?

Fiz. Fiz em 98, mas antes eu fiz um teste da oficina e passei. Eu fazia a oficina em paralelo com a faculdade de teatro. E nisso eu já tava fazendo peça no Rio de Janeiro e tal e lá foi meu primeiro contato com câmera e comecei a gostar. A oficina de atores da Globo é muito intensa, muito bom mesmo fazer e daí, logo em seguida, eu entrei em Malhação fazendo um papel pequeno, mas também foi uma escola, foi onde comecei a ver como era um set de gravação, câmera... você vê cinco câmeras e fica meio perdidão, se perguntando: pra onde eu olho? (risos)

O começo é o teatro...

Na verdade acho que o caminho pra mim foi muito gradual, muito aos poucos e acho que a história de cada um é a história de cada um, não existe uma fórmula, uma equação pra você conseguir chegar num determinado ponto que almeja, então acho que pra mim foi muito degrau a degrau. Eu tava muito focado no teatro e a televisão veio depois e eu fui me aproximando dela muito devagarzinho. Hoje em dia eu tenho uma prazer enorme de fazer TV e quero fazer cada vez mais.

A novela América não exibiu o beijo homossexual entre o seu personagem, Zeca e o Júnior, personagem interpretado por Bruno Gagliasso por receio de uma resposta negativa do público. O que você pensa sobre isso? Abordar o homossexualismo é levantar bandeira?

Levantar bandeira não, quando a gente fez, isso foi em 2005, a Glória Perez fez muito baseada na trajetória do personagem do Bruno Gagliasso, que era estilista e tinha de fingir que tinha namorada, pra passar uma imagem. Quando meu personagem chega ele é muito objetivo, muito direto. Eu acho que a forma como Glória Perez colocou, não escreveu pra levantar uma bandeira, ela colocou como uma realidade, pra mostrar um lado de um personagem que tava sofrendo e ela quis resolver da melhor maneira. E o fez muito bem.

Engraçado que logo em seguida apareceu o filme O Segredo de Brockback Moutain. Aquela coisa dos dois peões, vaqueiros, teve gente que veio perguntar se eu já tinha pedido indenização ao pessoal do filme (risos). Mas acho que não é levantar bandeira, a gente vê coisas que não deveriam acontecer tipo violência contra homossexuais, preconceito e a questão é mostrar os vários lados do ser humano. O folhetim é uma crônica do dia-a-dia, então eu acho que é pertinente você colocar assuntos que são polêmicos, tabus, não só o homossexualismo, mas várias outras questões, assuntos.

Em Morde & Assopra você interpreta um padre que foge do amor de uma mulher. Você acha que vida religiosa não combina com o casamento?

Eu acho que cada religião tem seus preceitos, seus dogmas, suas bases sólidas. No catolicismo a pessoa que entra pro seminário pra se dedicar ao sacerdócio já entra sabendo pelo que vai ter de passar, já entra se colocando nesse lugar de castidade, é uma escolha e ninguém obrigou. É simplesmente uma característica dessa religião. Você que nas religiões protestantes e evangélicas, elas permitem o casamento, então é mesmo uma questão de aceitar as leis de cada religião.

O ser humano é passível de sofrer tentações. Se isso acontece, na novela você tem o Padre lá que é convicto da sua vocação, mas que precisa repensar se é isso que quer pra sua vida. Eu conversei com alguns padres que largaram o sacerdócio e hoje em dia se casaram, tem filhos, e eles disseram que o amor veio de um jeito que não deu pra controlar e aí seria injusto com os fiéis... Tem uma fala na novela que acho bem bacana: “como é que eu poderia falar de fé se eu tenho dúvidas, como eu posso falar de redenção se eu estou pecando?” Então eu acho assim, pintou esse momento crucial na vida do personagem e ele está repensando sobre.

O que em você reflete sua origem Alagoana?

EU tenho uma coisa que eu sempre tenho de voltar pra Maceió, eu não posso ficar muito tempo sem vir, é onde eu recarrego as minhas energias. Minha família inteira está lá, minhas lembranças de infância, de adolescência, sabe? Eu quase que tenho um ritual. Eu chego lá e tenho que mergulhar na praia que eu ia toda vez quando era criança. Fico que nem hipopótamo sabe? Só com a orelha pra fora (risos).

Eu lembro que na infância minha rua não era asfaltada, era de terra, eu lembro que era muito barro e eu fui uma criança de brincar na rua mesmo, vivia com o joelho esfolado, minha mãe ficava doida comigo (risos). Eu sumia, saia correndo, sabe? Isso pra mim tem um valor enorme, hoje em dia, eu vivendo numa cidade grande, é muito concreto, asfalto... não sei, acho que eu faço parte de uma das últimas gerações que viveu isso. Tá tudo mudando e muito rápido, shopping, playground, videogame, eu fui uma criança que brincou mesmo, eu era como minha mãe dizia, “os pés da foice”. (risos)


Confira abaixo trailer do filme



Fonte: Com MenSCH/ site alagaos24horas.com.br


by

(-:Gracinha de Souza:-)

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