Frango e carne por uísque 12 Anos. Essa era a troca feita na hora da compra da merenda escolar em muitos dos 11 municípios investigados na operação Mascotch, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 30, pela Polícia Federal de Alagoas (PF/AL). Em entrevista coletiva na sede da PF, o superintendente Amaro Vieira explicou que em alguns casos, servidores faziam feira em nome das prefeituras e acabavam substituindo os itens básicos para alimentação das crianças pelo o já citado Wisky, ração de marca Pedrigree, e vinhos dos mais variados tipos.
Além de Vieira, estavam presentes à coletiva o delegado responsável pelas investigações André Santos Costa, representantes da Controladoria Geral da União (CGU), e Daniel Granjeiro, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado (DRCO). “Destacamos a importância dessa operação por se tratar de um item tão importante para a educação das crianças. Essa deficiência traz sérios reflexos na segurança do estado”, explica o superintendente.
Cerca de R$ 8 milhões foram desviados dos recursos da merenda escolar desde 2008. De acordo com o delegado André Costa, o município de Traipú foi responsável pelo maior desvio, em termos financeiros. “Nessa cidade, constatamos desvio de uma média de 50% dos recursos destinados à merenda dos alunos. Algo bastante relevante”, conta.
A operação teve como alvo os municípios de Craíbas, Girau do Ponciano, Traipu, Poço das Trincheiras, Limoeiro de Anadia, Lagoa da Canoa, Senador Rui Palmeira e Belo Monte.
Em Traipú, Lagoa da Canoa, Craíbas, Limoeiro de Anadia foi constatada a falta de produtos para alimentação por até dez dias e, quando existia, estavam ausentes alguns itens de relevado valor econômico e nutricional, como frango e carne. De acordo com Costa, foi registrado durante as investigações que parte dos recursos era destinado para pagamento de propina (cerca de 10%), e a outra parte para o custeio de despesas pessoais. Explica que notas fiscais, documentos apreendidos e processos licitatórios foram analisados para que se chegasse a tais resultados.
O superintendente coloca que algumas informações, como os nomes dos envolvidos, ainda estão sob segredo de justiça, de forma a não atrapalhar as investigações. Mas revelou que dos nove já presos, alguns eram secretários municipais e servidores públicos. Explica que foram expedidos pela 8ª Vara Federal 16 mandados de prisão temporária (cinco dias prorrogáveis por mais cinco), e que de acordo com o resultado das análises, poderá ser solicitada a prisão preventiva dos suspeitos.
Os outros sete suspeitos estão sendo procurados pela PF, em operação ainda em andamento. “Alguns deverão se apresentar voluntariamente, segundo informações que recebemos de advogados”, diz Amaro Vieira.
Esclarece que entre os nomes não consta, ainda, nenhum administrador público até agora. “Alguns prefeitos ainda serão ouvidos e não descartamos essa possibilidade. Ainda estamos investigando”, destaca Costa.
Depoimento
André Costa ressalta como ponto relevante os depoimentos de crianças que afirmaram passar dias sem fazer refeições adequadas na escola. “E quando faziam, ao invés de uma refeição completa, elas lanchavam biscoito com suco em pó. Às vezes cuscuz. Esses testemunhos foram significativos para as investigações”, reforça.
“Os envolvidos na operação poderão ser processados por peculato, formação de quadrilha e corrupção ativa”, conclui Santos Costa.
Nomes
Segundo a PF, entre os acusados estão a primeira dama e o secretário de Finanças de Belo Monte, a secretária de Educação de Craíbas, a ex-prefeita e a secretária de Educação de Estrela de Alagoas, a secretária de Educação, a secretária de Assistência Social, ex-secretária de Finanças e a primeira dama de Lagoa da Canoa; primeira dama e secretário de Administração de Limoeiro de Anadia; a vice-prefeita, primeira dama e secretária de Assistência Social, o secretário de Indústria e Comércio e o ex-secretário de Administração de Traipu.
Confira fotos abaixo:
Fonte - site www.alagoasemtemporeal.com.br
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(-:Gracinha de Souza:-)
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